Wednesday 1 September 2010

Um post para Bruna

Minha irmã me pediu pra eu escrever no blog. Confesso que sou uma preguiçosa por natureza e sou demais complacente com essa minha qualidade. Quase que me orgulho dela e certamente a alimento...

Enfim, tenho passado por momentos inspiradores que, em mãos mais dedicadas, poderiam virar páginas e páginas de divagações, mas no meu caso, não quero escrever sobre nenhum deles...

Minha irmã me pediu que eu escrevesse no Blog. Então o post, que é para ela, vai ser também sobre ela:

Bruna fazia tudo sempre certo. Comia vegetais. E não bebia coca-cola. Namorava há muitos e muitos anos um mesmo rapaz. E era fiel. Cedia. Não esquecia de aniversários. Fazia o dever de casa. E tirava 10. Bruna era bonita, inteligente e educada.

E ainda sim, alguma coisa borbulhava nas suas entranhas e ameaçava escapar-lhe do peito. Alguma coisa que era também ela mesma e por isso mesmo, a amedrontava e tirava-lhe o sono...

Um dia Bruna matou a aula. Nadou pelada no mar do arpoador. Almoçou Doritos. Deu um bolo no namorado e foi fazer a unha dos pés. Disse não para o mendigo. Olhando-o nos olhos. Se esfoçou em por pelo menos um palavrão em cada frase.


E quando chegou em casa, exausta do dia de maldades, não tomou banho. E com o cabelo ainda cheio do sal e areia da praia, sentou na cadeira e desenhou. Desenhou com uma paixão de rasgar o papel. Cores que não combinavam. Vermelho, preto e roxo. Traços tremidos...

E dormiu em cima do papel, o sono pesado dos justos....



Fim.


Ps. Esse texto é uma licença poética. Bruna na verdade não é toda certinha... Nem muito menos toda amalucada! Ela fala palavrão e dá chilique. Mas também é doce e prestativa. Um ser humano saudável e que me inspira a textos, divagações e projeções.... Minha Bruna tem Preto, vermelho e roxo, mas também branco e azul turqueza... traços tremidos desenhando um rosto de olhar firme... um rosto de mulher.